Conceitualmente a Escola da Rua busca dar voz e corpo à cultura marginal da cidade do Rio de Janeiro, segmento esse fortemente representado por funkeiros, rappers e grafiteiros que se espalham à sombra das ruas e cantos da cidade. Além de correntes culturais complementares, como artes, moda, skate de rua, rodas de rimas nos estacionamentos, dança nas praças, bailes e festas.

O local escolhido fica na antiga fábrica RHEEM localizada na Avenida Brasil em Benfica, subúrbio do Rio e coração industrial da cidade. Uma fábrica demolida e reconstruída como fábrica de cultura. Um ambiente fabril que respirará através de um espaço verde na borda da cinzenta via. A Escola da Rua será o espaço da Cultura Urbana Carioca.

Sua arquitetura foi determinada pelos diferentes significados e usos desse espaço, destacando o caráter democrático da liberdade da música e dança associado à realização de atividades de lazer e cultura, além da inclusão de princípios de sustentabilidade em sua concepção.

Na fachada principal, uma área com paisagismo denso produzirá uma barreira sonora e visual, que agregada a uma estrutura de aço, formará uma moldura na edificação, minimizando o impacto da Avenida Brasil. O projeto baseia-se na mistura de aço com concreto remetendo à linguagem industrial em que o edifício está inserido. A estratégia foi enfatizar o contraste do ambiente da Av. Brasil com as novas formas propostas para evidenciar a contemporaneidade da intervenção.